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E o poeta bem sabe que a casa mantém a infância imóvel em seus braços.

ESTUDOS TEORICOS

 

 

     A concepção da Residência Artística Entre Escombros, partiu da experiência de Sheyna Queiroz, no Projeto de Vídeo, Arte & Dança, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde dançou nos escombros de uma das alas do Hospital Universitário que havia sido implodido.

 

          A princípio, a poética consistia nas relações com o espaço, descritas por Bachelard e na desconstrução de Derrida. A proposta era utilizar o espaço e nossas relações diárias com ele (seja qual fosse o espaço) buscando no corpo e nas lembranças experiências anteriores vividas metaforicamente; experiências pessoais, profissionais, emocionais ou psicológicas, em conjunto, aplicando diferentes princípios técnicos de diferentes modelos de dança moderna e contemporânea, como Graham, Horton, Limon, Laban e Fundamentos da Dança de Helenita Sá Earp (conhecimento ensinado na UFRJ, desenvolvido pela professora emérita).

 

        Chegando ao local dos ensaios, descobrimos que os ensaios seriam realizados numa Casa, pensada e construída como se fosse um Barco. Daí surgiu, Escombros de uma CASA-BARCO.

 

         Em A poética do espaço, Bachelard escreve dois capítulos inteiros sobre a poética e conceito do espaço da CASA. A partir daí, Sheyna Queiroz desenvolveu questionamentos a serem aplicados durante os laboratórios, que desenvolvessem os sentimentos e sensações condizentes com os espaços conforme a experiência das bailarinas. Abaixo algumas passagens que nos nortearam:

 

         Devemos nos tornar sensíveis à função de habitar a ponto de fazer da casa uma réplica imaginária da função de construir.

 

        A lâmpada é signo de uma grande espera. Pela luz da casa distante, a casa vê, vela, vigia, espera.

 

      Uma meteorologia poética vai às fontes de onde nascerão o movimento e o ruído. Os ruídos colorem a extensão e dão-lhe uma espécie de corpo sonoro. A ausência deles abandona em toda a sua pureza; e a sensação do vasto, do profundo, do ilimitado nos acomete no silêncio.

 

       Devemos falar dos devaneios que acompanham as atividades domésticas.

 

       O reino dos valores, a chave fecha mais do que abre e a maçaneta abre mais do que fecha.

 

   A casa nos fornecerá simultaneamente imagens dispersas e um corpo de imagens, aumentando os valores da realidade. A casa é o objeto onde podemos fazer reagir julgamentos e devaneios. Porque a casa é nosso canto do mundo, nosso primeiro universo. Onde nos conforta ilusões de proteção ou, inversamente, tremer atrás de grossos muros e duvidar das mais sólidas muralhas. Não se dissocia memória, lembranças e imaginação.

 

     E o poeta bem sabe que a casa mantém a infância imóvel em seus braços.

 

     Pensar a duração do tempo na casa é pensar o tempo abstrato privado de qualquer espessura.

 

   Sobre a Desconstrução, recortamos o desejo de descoberta de uma presença plena a partir da desconstrução do que esta enraizado, engessado, cristalizado; buscamos um dialogo e relação entre todas as artes dando emancipação a todas as linguagens, ou seja, nenhuma se sobrepõe a outra, criando assim uma comunicação única, subjetiva e livre. Levamos em consideração a bipolaridade (oposições binárias) complementar, estudando diferentes forcas, pesos, distancias ângulos, etc. Lembramos que esses textos e conceitos foram lidos, interpretados e transpostos segundo nossa necessidade (expressão por meio da dança).

 

      Mais técnico do que sensorial, foi à pesquisa visual do espaço: verticalidade, horizontalidade, pontos, linhas, convergência, divergência. Tudo em detrimento da escala, da mesa, da cozinha, da banheira, do banheiro, da porta, janela, e ate mesmo do terraço livre de forma, onde a forma era as nuvens do céu. Esse estudo foi importante para instigar-nos a investigar as possibilidades de relações, a expressividade visual que teria o corpo naquele ambiente especificamente e as forcas espaciais (diagonais, linhas, círculos, etc.). Alem de nos fornecer subsidio para o roteiro dinamicamente espacial.

 

    A pesquisa não terminou. Continua. Sempre. Porque as descobertas são constantemente realizadas conforme a repetição e novas experiências de vida. Nossas vistas impalpáveis se estimulam com o tempo e nossos gestos se adéquam ao meio.

 

Referencias:

 

BACHELARD, Gaston. A poética do espaço.

Editora Martins Fontes, 2008.

DERRIDA, Jacques. Pensar a desconstrução.

Editora Estação Liberdade, 2005.

DONIS, A. Donis. Sintaxe da Linguagem Visual. Editora Martins Fontes, 2007.

NETO, Moysés Pinto. A linguagem em Derrida e Agamben: escritura e gesto.

Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS, VII Edição, 2011.

 

 

 

 

ESTUDIOS TEORICOS

 

 

    La concepción de la Residencia Artística “Entre Escombros, partió de la experiencia de Sheyna Queiroz, en el Proyecto de Vídeo, Arte & Dança, de la Universidad Federal de Rio de Janeiro, donde danzó em los escombros de una de las salas del Hospital Universitario que se  había derrumbado.

 

     Al principio, la poética consistia en las relaciones con el espacio, descriptas por Bachelard y en la desconstrucción de Derrida. La propuesta era utilizar el espacio y nuestras relaciones diárias con el (sea cual fuera el espacio) buscando en el cuerpo y en los recuerdos experiencias anteriores vividas metaforicamente; experiencias personales, profesionales, emocionales o psicológicas, en conjunto, aplicando diferentes princípios técnicos de diferentes modelos de danza moderna y contemporánea, como Graham, Horton, Limón, Laban e Fundamentos da Dança de Helenita Sá Earp (conocimiento enseñado en la UFRJ, desarrollado por la profesora emérita).

Llegando al local de los ensayos, descubrimos que los mismos serian realizados en una Casa, pensada y construída como si fuese un Barco. De ahí surgió, Escombros de uma CASA-BARCO.

 

    En La poética del espacio, Bachelard describe dos capítulos enteros sobre la poética y concepto del espacio de la CASA. A partir de ahí, Sheyna Queiroz desenvolvió cuestionamientos a ser aplicados durante los laboratórios, que desarrollen los sentimientos y sensaciones consistentes con los espacios conforme a experiencias de las bailarinas. Abajo algunos pasajes que nos guiaron:

 

     Debemos volvernos sensíbles a la función de habitar, al punto de hacer de la casa una réplica imaginária de la función de construir.

 

    La lámpara es signo de una gran espera. A la luz de la casa distante, la casa vé, vela, vigia, espera.

 

    Una meteorologia poética va a las fuentes de donde nacieron el movimento y los ruídos. Los ruídos colorean la extensión y  le dan una especie de cuerpo sonoro. La ausencia de ellos abandona en toda a su pureza; y la sensación de lo vasto, lo profundo, lo ilimitado nos acomete en el silencio.

 

    Debemos hablar de los ensueños que acompañan las actividades domésticas.

 

    El reino de los valores, la llave cierra mas de lo que abre y el mango abre mas de lo que cierra.

 

   La casa nos proporciona simultaneamente imágenes dispersas de un cuerpo de imágenes, aumentando los valores de la realidad. La casa es el objeto donde podemos hacer  reaccionar  juicios y ensueños. Porque la casa es nuestro rincón del mundo, nuestro primer universo. Donde nos brinda  ilusiones de protección o, inversamente, temblar detrás de gruesos muros y dudar de las más sólidas murallas. No se disocia memória, recuerdos e imaginación.

 

     Y el poeta bien sabe que la casa mantiene la infancia inmóvil en sus brazos.

 

     Pensar la duración del tiempo en la casa es pensar el tiempo abstracto  privado de cualquier espesor.

 

   Sobre la Desconstrucción, recortamos el deseo de descubrir de una presencia plena a partir de la desconstrución de lo que esta enraizado, fundido, cristalizado; buscamos un dialogo y relación entre todas las artes dando emancipación a todos los lenguajes, o sea, ninguna se sobrepone a otra, creando asi una comunicación única, subjetiva y libre. Llevamos en consideración la bipolaridad (oposiciones binárias) complementarias, estudiando diferentes fuerzas, pesos, distancias ângulos, etc. Recordamos que esos textos y conceptos fueron leidos, interpretados y transpuestos segun nuestras necesidades (expresión por medio de la danza).

 

    Mas técnico de lo que sensorial, fue lá investigación visual del espacio: verticalidad, horizontalidad, puntos, lineas, convergencias, divergencia. Todo en detrimento de la escalera, de la mesa, de la cocina, de la bañadera, del baño, de la puerta, ventana, e incluso de la terraza livre de forma, donde la forma eran las nubes del cielo. Ese estudio fué importante para instigar-nos a investigar las posibilidades de las relaciones, la expresividad visual que tendria el cuerpo em aquel ambiente especificamente y  las fuerzas espaciales (diagonales, lineas, círculos, etc.). Además de proporcionarnos elementos para um guión dinamicamente espacial.

   La investigación no termino. Continua. Siempre. Porque los descubrimientos son constantemente realizados conforme la repetición y nuevas experiencias de vida. Nuestras vistas impalpables se estimulan con el tiempo y nuestros gestos se adecuan al medio.

 

 

Referencias:

 

BACHELARD, Gaston. A poética do espaço.

Editora Martins Fontes, 2008.

DERRIDA, Jacques. Pensar a desconstrução.

Editora Estação Liberdade, 2005.

DONIS, A. Donis. Sintaxe da Linguagem Visual. Editora Martins Fontes, 2007.

NETO, Moysés Pinto. A linguagem em Derrida e Agamben: escritura e gesto

Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS, VII Edição, 2011.

 

Y el poeta bien sabe que la casa mantiene la infancia inmóvil en sus brazos.

ESTUDIOS TEÓRICOS

A pesquisa não terminou. Continua. Sempre.

La investigación no termino. Continúa. Siempre.

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